quarta-feira, 8 de junho de 2011

A lingua das Mariposas



O medo que o protagonista tem da escola é o primeiro conflito que o filme apresenta. Na história há um mito de que, professores batem em seus alunos. O filme representa os hábitos daquela sociedade retratada. Usei a palavra MITO no inicio, Por ser dessa forma que essa informação soa nos dias de hoje.

Há uma cena onde o menino diz ao irmão mais velho que não quer ir à escola porque tem medo de apanhar do professor. Meu interesse por esse personagem começa aqui. Vejo esse medo como algo normal, já que está na idade de aprendizado sobre a sociedade e a assimilação da cultura em que está inserido.

Em certa altura do filme, um homem de aparência rude, postura agressiva, entra na sala de aula e pede ao professor que bata em seu filho quando ele não entender o que está sendo ensinado e lhe oferece um frango vivo como forma de agradecimento. Percebi que o filme se propõe a retratar uma sociedade, sua cultura e seus valores da época.

Essa cena me fez rever minha interpretação sobre a cena anterior: No primeiro dia de aula do protagonista, ele urina nas calças em meios a gargalhadas dos colegas. Na primeira leitura dessa cena achei engraçado, pois não tinha informações suficientes do contexto social em que ele vivia. Ao ver a forma como aquele pai conduzia a educação de seu filho, me dei conta que se tratava de um recorte sobre os danos emocionais e psicológicos que a educação pautada na punição pode deixar no individuo.

No meio do filme há outra cena no pátio da escola, um grupo de alunos se diverte jogando futebol. O protagonista está jogando quando ver um garoto cruzando o campo de bicicleta manobrando entre eles em sinal de provocação. Ele se irrita, vai tirar satisfações e os dois acabam brigando. O garoto da bicicleta é o mesmo menino, cujo pai pedirá ao professor que corrigisse seus erros com surras. Concordo com a sugestão da cena de que a educação dada pelos pais refletirá diretamente na personalidade, no temperamento e no comportamento de seu filho perante a vida em sociedade.

O filme encerra com uma bela cena onde o professor e outros trabalhadores são presos contrárias acusados de subversão pelo exercito por difundirem idéias contrárias as deles. Na multidão está o o protagonista e seus pais.

O menino até esse momento construiu uma bela amizade com o professor além de ter sido seu melhor aluno. Seu pai é sapateiro, militante fervoroso contra as injustiças do estado e do exército. A mãe é uma religiosa fervorosa que reproduz o discurso da igreja católica sem questioná-los e se mantém fiel à suas convicções até esse momento.

A mãe, orienta o marido xingar e hostilizar os presos que são seus amigos e companheiros de militância. Ele hostiliza e cospe em seus companheiros por medo de ser preso. Ela também pede para o menino agir com violência . O menino xinga-os de comunistas e joga uma pedra em seu próprio professor.

O pai representa a liberdade de pensamento, o poder do conhecimento e a capacidade das idéias de mudar a sociedade. A mãe é a metáfora da religião que influência e exerce poder sobre o individuo com pensamentos conservadores e retrógrados. O menino representa a nova geração e o poder de transformação da educação.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O poder da rejeição, Sandra Maia via Yahoo! Colunistas

O poder da rejeição, Sandra Maia via Yahoo! Colunistas: "

É incrível o poder da rejeição e o poder que damos aos outros que, de alguma forma, nos rejeitam, nos desacreditam, nos fazem ser e sentir menos. E isso tem de mudar.

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http://videolog.uol.com.br/video?282538

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Preciosa

PRECIOSA



O filme abre nos apresentando Claireece Preciosa Jones uma moça pobre porém vaidosa e sonhadora que habita uma realidade social mórbida. Sua força  está em seu ótimo senso de humor que torna sua vida um pouco mais leve e alegre.

Embarcamos em uma história que nos sufoca e quando permite um respiro de alivio, vem outra onda de perguntas sem respostas que nos deixando sem forças psicológicas para imaginar uma saída possível para a protagonista. Assim, a narrativa do diretor Lee Daniels desperta três sentimentos específicos: dor, desespero, impotência e a sensação da derrota.

A trama é costurada através da relação conturbada de Preciosa com sua família. Seu pai a estupra periódicamente, sua mãe é violenta, omissa e ainda sente ciúmes da filha  por seu companheiro a desejar. Resta para a protagonista com seu o instinto natural de mãe, seguir sua vida tentando cuidar de seus dois filhos frutos do incesto do próprio pai.

O desespero se instala, ao constatar que a personagem e sua filha portadora da síndrome de down estão sozinhas naquela casa e reféns das únicas pessoas que seriam referências de amor espontâneo, já que o nosso repertório humano de sentimentos se desenvolve durante a gestação é a base da constituição de uma família.

Preciosa é a metáfora de um belo diamante em meio a lixos e insetos, já que o lugar onde vive o personagem é o oposto de onde ela realmente gostaria de estar. Conhecemos em seu mundo particular através de seus devaneios vestindo roupas elegantes, namorando seu homem dos sonhos e sendo badalada em meio ao glamour do meio artístico.

Na fotografia, os enquadramentos servem de narrador da história, é através dela que entramos na história. Ela acompanha, comenta, pontua e em alguns momentos fica perplexa e perde o equilíbrio principalmente quando o personagem fala algo importante ou vive uma situação absurda. Isso fica evidente na cena em que Preciosa revela à assistente social que o próprio pai é seu amante e pai de seus filhos a câmera dá uma desequilibrada e a perplexidade da assistente social é pontuada.

Os planos fixos apenas com a movimentação dos atores são usados nos momentos de “seriedade”, quando a narrativa sugere que talvez tudo começara a se resolver. O rosto dos personagens nos momentos de relaxamento ou relação afetiva é filmado bem de frente nos aproximando ainda mais dos sentimentos internos dela. Quando se trata de conflitos pesados ou tensos são filmados no ângulo de 45º a esquerda ou a direita nos colocando de fora como testemunha ocular das atrocidades vividas pela protagonista.

As cenas da casa da personagem foram filmadas com pouca luz difusa pontuando apenas as informações necessárias a narrativa da história e sombras duras que conferem o clima mórbido. Tudo preenchido por um tratamento de cor que carrega no tom avermelhado, deixando um aspecto infernal ao mundo da protagonista.

O filme conduz o espectador pelo mundo particular de Precioso Jones, quando completamente envolvidos com os conflitos dela, chegamos à conclusão de que não há nada a ser feito e isso nos faz contemplar o delicado limite da vida. O personagem chegou a essa conclusão primeiro que nós, já que enfrenta tudo isso sonhando e lutando dia a dia para se manter viva.

Há uma trilha ambiente tensa quase imperceptível ao ouvido que nos envolve nesse universo de sofrimento de Claireece e o rap caracteriza o grupo étnico e social a que ela pertece e a cidade onde a história se passa.

Diferente dos filmes tradicionais da indústria norte-americana cujos problemas dos personagens sempre se resolvem, com preciosa é bem diferente. Ela descobre que foi contaminada por HIV pelo pai que a essa altura já está morto. Sinto esse momento como o rompimento do limite do drama tradicional, pois o desespero dar lugar ao sentimento de impotência e a sensação de derrota e isso é o clímax do filme. Toda a luta de preciosa até ali foi em vão e o diretor fecha o filme com um olhar otimista ressaltando que Preciosa daí em diante continuará sua luta, só que agora em função dos filhos.



Por Vanderson Feitosa

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Guerra á guerra ao terror



GUERRA À GUERRA AO TERROR



É um filme de conteúdo descaradamente IDEOLÓGICO. Acompanhamos o drama dos “meninos”, jovens soldados americanos que ainda não conheceram a paternidade e outros que deixaram seus bebês em casa do outro lado do mundo para enfrentar a difícil tarefa de desarmar bombas dos malvados iraquianos que colocaram bombas em suas próprias ruas para matar um punhado de americanos “que só estão ali de passagem”.

Nessa visão americana os covardes iraquianos, psicopatas sem coração, não se importam com suas dezenas de familiares e amigos de infância que estão no mesmo quarteirão que pretendem mandar pelos ares. È dessa forma que a diretora pau mandado do pentágono Kathryn Bigelow entregou seu filme, uma cópia falsificada da técnica praticada por Paul Joseph Goebbels, propagador do nazismo através de filmes.

O Iraque foi absolvido das armas de destruição em massa, mas ninguém é capaz de dizer isso claramente, pedir desculpas é demais para o EGO americano e para o europeu ARROGANTE.

Para os ALIADOS o saldo foi “positivo” porque ENFOCARAM o bode expiatório do SADAN HUSSEN e ganharam um território que possui umas das maiores reservas de petróleo conhecida pelo mundo.

Eu não me surpreenderia se aquelas locações do filme forem à capital Bagdá, pois ai eu teria certeza que além de uniformes, tanques e treinamento para a produção do filme o pentágono também disponibiliza “locação” para dar mais realidade aos seus filmes preferidos. Premiar com um Oscar um filme desses é dizer ao mundo: “Nós estamos eliminando o povo mal encarado e malvado do Oriente Médio, por um bom motivo”.

Mesmo não tendo encontrado as tais armas de destruição em massa, por trás de toda aquela desgraça no Iraque, apenas os americanos estão sofrendo com a saudade de casa e a constante tensão e medo. Dentro daquelas casas miseráveis no meio do deserto, crianças, idosos, pais e mães de família não sentem medo do som dos tiros e bombas. Imagine você dormindo em seu quarto e sua casa ser alvejada por balas ou bombas, muitos foram dormir naquele país e acordaram ao lado de ALAH desde que Bush declarou sua “guerra ao terror”.

Do ponto de vista americano: iraquiano não sorri, não ama e muito menos tem sonhos de vida. Até as falas em árabe dos atores do núcleo iraquiano foram ignorados pela diretora desse filme maquiavélico.

Não importa o que esses vilões estão dizendo?. A arrogância dos produtores desse filme menospreza o poder intelectual dos outros habitantes do mundo, a ponto de um cidadão do ocidente, latino americano subdesenvolvido do terceiro mundo que sou (Rótulo que os norte-americanos e seus sócios europeus nos colocaram), é capaz de perceber as más intenções por trás de um filme americano tão magnífico merecedor de um OSCAR. Reconhecimento dado pelos próprios americanos é claro!.

Por Vanderson Feitosa






LUTO PELA COVARDIA

Orca assassina


O sol estava brilhante com sua luz sobre o mar verde e calmo, cujo céu azul, sem nuvens se tocavam na linha no horizonte. No pier havia um opala amarelo cercado por faixas amarelas da policia.
Eu e minha amiga andamos em volta dele e olhamos dentro do carro. Um homem negro e uma criança estavam sentados ali com os olhos bem abertos olhando o mar. Estavam mortos mais parecia haver vida no brilho dos olhos deles. Uma voz autoritária nos advertiu pedindo que nos afastasse-mos do carro. Nos afastamos e continuamos a descer o pier.

Desci até passar-mos enfrente a uma fileira de casas luxuosas próximas ao mar. Estranhei as casas estarem tão próximas ao mar. Olhei dentro de uma delas pelo vidro transparente da porta e vi uma onda gigantesca se formar no reflexo da vidraça.

Não lembro quem era a moça que me acompanhava, só lembro de tentar avisa-la. Virei, olhei para a onda enorme que se formava bem em cima de nós e vi uma pequena mancha negra que crescia dentro dela a medida que a onde se aproximava para quebrar sobre nós. Abri a porta de uma das casas, entrei e quando olhei para fora vi uma enorme orca assassina enorme sair de dentro da onda com a boca aberta para me engolir.

Entrei para dentro da casa, corri e entrei rapidamente na cozinha no meu lado esquerdo. A orca gigantesca entrou ferozmente na sala e ficou ali parada a poucos metros de mim. Fiquei triste em perceber que a moça não teve sorte e sumiu. Reparei bem na orca e confundi os olhos dela com aquela mancha branca da cabeça. Quando achei seus olhos encarei-a, sentir um medo terrível e uma
sensação de "foi por pouco". Sem duvida ela tinha a intenção de me engolir.

Os olhos dela tinha um sorriso maléfico, o oposto dos olhos meigos do FREEWILLY. Imagina ter uma imensa orca assassina na sala da sua casa. Era assim que ela estava dentro daquela casa de luxo. Ela começou a se mover devagar voltando para o mar, quando sua enorme cabeça ficou próxima a mim ela ainda tentou me engolir mas a arede da pequena cozinha não permitia que ela entrasse.


Não ousei respirar com medo que um simples movimento meu, pusesse minha vida em risco. Quase podia ouvir ela dizer com aqueles olhos: "Você deu sorte, dá próxima te pego". Quando aquela cabeça negra enorme foi sumindo a medida que retornava ao mar, respirei, tomei coragem e coloquei a cara para ver se ela ainda estava ali.


Fiquei surpreso. A casa estava reorganizada, não havia nenhum sinal de destruição. Do lado de fora, o mar estava calmo novamente, mas aquela orca assassina maquiavélica estava deitada na entrada, só dava para ver a cabeça na entrada com aqueles olhos grandes e mal intencionados me olhando. Quase podia ouvir ela dizer: "Se você sair dai eu te pego, tá?!.
Acordei aliviado, era apenas um sonho.




FIM.